segunda-feira, 18 de outubro de 2010

QUILOMBO

                           Quilombo
 é uma palavra de origem QUIMBUNDO que segundo alguns historiadores, significa: "acampamento guerreiro na floresta", sendo entendido como divisão administrativa. No período do tráfico de escravos para as Américas, existiam na África Meridional diversas formas de organizações dentro da região AFRICANA (reinos, estados, chefarias, hordas, sociedades de linhagem, etc.). Afirmam alguns que QUILOMBO era uma forma em que alguns grupos AFRICANOS estavam se organizando socialmente, mas esse processo fora interrompido abruptamente por conta do tráfico negreiro, e aqui no Brasil os povos daquelas regiões tentaram reproduzir aquele processo dentro dos diversos QUILOMBOS que aqui  existiram . Segundo pesquisas atuais, QUILOMBO era um "estado de guerra" estado vivenciado no Reino da Rainha Njinga em tempo de guerra com os portugueses. A Rainha com toda a sua corte, vassalos e soldados, armava acampamento de guerra na floresta, prontos para o ataque ou contra-ataque.
                                                                    
Seja ordenamento político, acampamento guerreiro na floresta, estado de prontidão para a guerra, os QUILOMBOS existentes no Brasil tinham as mesmas intenções e características daqueles da região AFRICANA, ajustados a mesma situação. Contemporaneamente, o termo QUILOMBO
genaralizou-se e ampliou-se refletindo para nós toda e qualquer forma de     RESISTÊNCIA                                                                                 

     Acreditamos que as favelas, subúrbios, palafitas, morros, guetos, comunidades e periferias são atualmentes Mocambos de um Quilombo Moderno. Sabemos que devido a uma abolição forjada e disfarçada só para subsidiar o capitalismo industrial, o nosso povo de sábios e guerreiros Quilombolas foram expulsos dos engenhos, das senzalas e de seus trabalhos forçados sem nenhum tipo e forma de indenização que garantissem suas sobrevivências. Dentro de tais acontecimentos que nós moradores dessas favelas, subúrbios, palafitas, morros, guetos, comunidades e periferias nos auto intitulamos como Quilombolas Modernos e atuamos segundo a prática da Quilombagem .                                                        

                                   Sim! Ainda existem os capitães-do –mato, os senhores de engenhos, os escravos e vassalos, as senzalas e os quilombos e todo corpo colonizador. Assim como na época em que a escravidão era generalizada os escravos fugiam para as matas e formavam quilombos, também foi assim, quando se deu a abolição, esses mesmos escravos procuraram as matas e formaram o que chamam hoje de favelas, subúrbios, palafitas, morros, guetos, comunidades e periferias. O capital industrial foi que forjou a abolição, hoje em dia é o capitalismo a própria escravidão e para a mentalidade branca eurocentrica, Capitalismo é o mesmo que Colonialismo. Disso não temos nenhuma dúvida! Essas palavras e verdades revelam tudo que pensamos sobre a nossa permanência nas favelas, subúrbios, palafitas, morros, guetos, comunidades e periferias do Brasil. Somos Quilombolas e temos Zumbi como Rei e ele ainda vive em cada um de nós, pois somos remanescentes dos quilombos.
E temos no sangue a consciência de Quilombolas.





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